quarta-feira, abril 26, 2006
NESTA ÉPOCA FESTIVA
Feliz 25 de Abril [Natal do revolucionário] e Bom 1º de Maio[Ano Novo do revolucionário e trabalhador].
terça-feira, abril 04, 2006
AINDA BEM QUE AVISAS
«O jornal The Guardian divulgou, ontem, pela primeira vez imagens chocantes de prisioneiros de guerra à guarda das forças britânicas, entre 1945 e 1947, em que são visíveis os sinais de tortura e dos maus tratos infligidos aos detidos. A história, que o jornal já revelara em Dezembro último, ganhou agora nova dimensão com a publicação das fotografias.
O Governo britânico tudo fez para impedir a publicação das referidas fotos e a consequente revelação pública das cicatrizes do programa secreto de tortura utilizado no pós- -Guerra, mas o jornal conseguiu obter licença para o fazer ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação.
As fotos mostram o estado deplorável de prisioneiros torturados pela fome, privação do sono, violência física e frio extremo em campos de interrogatório operados pelo Gabinete de Guerra britânico, na Alemanha do pós-guerra.
As fotografias foram tiradas na prisão de Bad Nenndorf (perto de Hanôver) em Fevereiro de 1947, por Martin Argles, um oficial da Marinha britânico determinado a acabar com as práticas de tortura nos centros de detenção em solo germânico.
São muito semelhantes a tantas outras vistas nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial, onde morreram milhões de judeus. Mas, ao contrário do que se possa pensar, os "esqueletos vivos" retratados nestas fotografias não eram ex-oficiais nazis, mas sim de presumíveis comunistas suspeitos de apoiarem a União Soviética - um aliado que, escassos meses antes, tinha ajudado o Ocidente a derrubar a Alemanha de Hitler.
"Aparentemente", escreve o jornalista do Guardian Ian Cobain, "o Gabinete de Guerra britânico acreditava que estava iminente um novo conflito com a União Soviética", razão que levou à detenção e tortura de centenas de suspeitos na tentativa de obter informações sobre a capacidade militar e os serviços secretos soviéticos. Na mesma prisão foram também interrogados antigos oficiais das SS e industriais alemães, num total de 372 homens e 44 mulheres.
Segredo de Estado
Os maus tratos e as práticas de tortura utilizadas na prisão de Bad Nenndorf são descritos em detalhe num relatório do inspector da Scotland Yard, Tom Hayward, que na altura foi destacado para averiguar o caso. A investigação levou quatro oficiais ingleses a tribunal militar, mas apenas o médico do centro de detenção foi penalizado com a expulsão do exército.
Esse documento, com 60 anos, permaneceu confidencial até Dezembro de 2005, altura em que o Guardian obteve autorização para consultá-lo ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação. O Ministério dos Negócios Estrangeiros foi obrigado a libertar o relatório mas retirou do mesmo as fotografias dos prisioneiros, seguindo instruções do Ministério da Defesa.
Uma fonte do Ministério da Defesa britânico explicou ao DN que "a divulgação das fotografias foi recusada em Dezembro porque podiam provocar angústia às famílias das vítimas". Mais explicações sobre o assunto foram remetidas para o Ministério dos Negócios Estrangeiros que, por sua vez, relembrou a posição oficial do Governo contra as práticas de tortura de prisioneiros.
Numa espécie de pingue-pongue governamental, uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que "a operação dos centros de detenção no período do pós-Guerra é da responsabilidade do Ministério da Defesa".
Apesar de volvidos 60 anos, não é difícil perceber as razões do embaraço. Muitas destas imagens mostram que, no período pós-Guerra e início da Guerra Fria, os métodos utilizados pelos britânicas com os prisioneiros não eram, afinal, muito diferentes dos campos de concentração nazis. É por isso que muitas fotografias pura e simplesmente desapareceram e as que restam foram objecto de aceso debate entre responsáveis ingleses, que tentaram escondê-las a todo o custo.» [DN - A notícia]
O Governo britânico tudo fez para impedir a publicação das referidas fotos e a consequente revelação pública das cicatrizes do programa secreto de tortura utilizado no pós- -Guerra, mas o jornal conseguiu obter licença para o fazer ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação.
As fotos mostram o estado deplorável de prisioneiros torturados pela fome, privação do sono, violência física e frio extremo em campos de interrogatório operados pelo Gabinete de Guerra britânico, na Alemanha do pós-guerra.
As fotografias foram tiradas na prisão de Bad Nenndorf (perto de Hanôver) em Fevereiro de 1947, por Martin Argles, um oficial da Marinha britânico determinado a acabar com as práticas de tortura nos centros de detenção em solo germânico.
São muito semelhantes a tantas outras vistas nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial, onde morreram milhões de judeus. Mas, ao contrário do que se possa pensar, os "esqueletos vivos" retratados nestas fotografias não eram ex-oficiais nazis, mas sim de presumíveis comunistas suspeitos de apoiarem a União Soviética - um aliado que, escassos meses antes, tinha ajudado o Ocidente a derrubar a Alemanha de Hitler.
"Aparentemente", escreve o jornalista do Guardian Ian Cobain, "o Gabinete de Guerra britânico acreditava que estava iminente um novo conflito com a União Soviética", razão que levou à detenção e tortura de centenas de suspeitos na tentativa de obter informações sobre a capacidade militar e os serviços secretos soviéticos. Na mesma prisão foram também interrogados antigos oficiais das SS e industriais alemães, num total de 372 homens e 44 mulheres.
Segredo de Estado
Os maus tratos e as práticas de tortura utilizadas na prisão de Bad Nenndorf são descritos em detalhe num relatório do inspector da Scotland Yard, Tom Hayward, que na altura foi destacado para averiguar o caso. A investigação levou quatro oficiais ingleses a tribunal militar, mas apenas o médico do centro de detenção foi penalizado com a expulsão do exército.
Esse documento, com 60 anos, permaneceu confidencial até Dezembro de 2005, altura em que o Guardian obteve autorização para consultá-lo ao abrigo da Lei da Liberdade de Informação. O Ministério dos Negócios Estrangeiros foi obrigado a libertar o relatório mas retirou do mesmo as fotografias dos prisioneiros, seguindo instruções do Ministério da Defesa.
Uma fonte do Ministério da Defesa britânico explicou ao DN que "a divulgação das fotografias foi recusada em Dezembro porque podiam provocar angústia às famílias das vítimas". Mais explicações sobre o assunto foram remetidas para o Ministério dos Negócios Estrangeiros que, por sua vez, relembrou a posição oficial do Governo contra as práticas de tortura de prisioneiros.
Numa espécie de pingue-pongue governamental, uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que "a operação dos centros de detenção no período do pós-Guerra é da responsabilidade do Ministério da Defesa".
Apesar de volvidos 60 anos, não é difícil perceber as razões do embaraço. Muitas destas imagens mostram que, no período pós-Guerra e início da Guerra Fria, os métodos utilizados pelos britânicas com os prisioneiros não eram, afinal, muito diferentes dos campos de concentração nazis. É por isso que muitas fotografias pura e simplesmente desapareceram e as que restam foram objecto de aceso debate entre responsáveis ingleses, que tentaram escondê-las a todo o custo.» [DN - A notícia]
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