CONCEITOS ELEMENTARES PARA A CONSTRUÇÃO DA NOSSA HUMILDE EMBARCAÇÃO
A nossa jangada foi construída sob algumas condicionantes elementares de flutuação, hidrodinâmica, estanquecidade, força motriz, transporte, e segurança.
1. Flutuação: para isto, recorremos à Lei de Arquimedes que diz «Todo corpo imerso num fluido sofre, por parte deste, um impulso vertical para cima, de intensidade igual ao peso do fluido deslocado». Sabendo que iríamos ter necessidade de criar uma estrutura para nos alocarmos, a qual pesaria há volta de 90 kg, o peso total dos tripulantes ronda os 150 kg, mais o peso da carga (material de campismo, e alimentação) que seria a grosso modo de 50 kg, então o peso do fluído deslocado pela nossa embarcação seria de 290kg.
Em função destes cálculos, necessitávamos de qualquer coisa que tivesse uma capacidade de flutuação superior, isto é, provocasse um impulso superior ao peso do fluido deslocado. Então, pensámos nisto, e conseguimos … através do Clube de Canoagem do Porto (obrigado Tavares);
2. Hidrodinâmica: Os kayaks referidos no link acima, tiveram como segundo critério de escolha este aspecto. Uma vez que 193kms dos 210 kms a cumprir são feitos entre barragens, a inexistência de corrente nestes percursos, obrigou-nos a encontrar um elemento flutuador que oferece-se pouca resistência ao escoamento da água, e assim permitir-nos-ia navegar à maior velocidade possível. No entanto, será preciso fazer a seguinte ressalva, estes são kayaks (canoas de sprint) não são as melhores para enfrentar a ondulação do Rio (a dita “carneirada”) por isso obrigou-nos a tomar outros cuidados suplementares que vou referir na alínea seguinte;
3. Estanquecidade: em função dos resultados do ano passado, este foi um aspecto que nos fez perder muitas horas de planeamento, mas sobretudo de execução. À semelhança dos saiotes que os canoístas usam para isolar o seu habitáculo (cockpit), nós usámos lonas para vedar as mesmas áreas das canoas, com um método caseiro de fixação das lonas às canoas que se revelou extremamente eficaz;
4. Força Motriz: Pois, este foi um aspecto que melhorámos bastante, porque criámos um sistema muito semelhante aos barcos da modalidade de remo. Apoios dos remos, composto por aranhas de três braços com dimensões adaptadas para estas circunstâncias especificas. Aplicámos um tacão em cada remo para limitar o curso do remo e afinar a sua alavanca;
5. Transporte: as diversas dimensões dos diversos componentes, também devem ter este aspecto em consideração, porque um “projecto” independente desta natureza, tem uma disponibilidade financeira muito limitada. É isso mesmo, sai do nosso bolso, e não dá para criar transportes com características específicas para o evento;
6. Coeficiente de Cagaço: Por último, mas nem por isso o menos importante – the last but not the least – um coeficiente de cagaço, que não foi só qb. Aliás, foi muito, mas muito, mas muito mais do que “quanto baste”. Então, a receita foi, uma grande parte do interior das canoas foi preenchido com esferovite, sendo posteriormente fixa nos seus pontos de aplicação, também, utilizamos um módulo de salvamento para os bens essenciais, e ainda, coletes salva-vidas.
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