sábado, agosto 27, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA - IX

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WHO PUT THE "M" IN MANCHESTER, MORRISSEY claro!

- Mas o que é que isto tem haver? – Perguntam.
- É muito simples, este trabalho de Morrissey acompanhou-me no voo AF474 da AIR-FRANCE. Para meu regozijo o dito estava disponível na variante Música/Vídeos. Para mim, não haveria melhor forma para me despedir temporariamente das culturas e vivências Europeias.
Por instantes “La madame francaise” que se sentava ao meu lado passava de uma expressão de indignação para um ligeiro sorriso, o que era razoável dado que ao passar canções como Subway Train/Everyday Is Like Sunday, Let Me Kiss you, Jack The Ripper, e a inesquecível composição dos Smiths, There Is A Light That Never Goes Out, batia o pé ainda com mais força. Mas tétrico era seguramente ouvir uma voz monocórdica [a minha] que tentava cantarolar cada uma destas músicas.
Posso já adiantar que na viagem de volta a maior esperança foi encontrar o mesmo display no banco da frente com o DVD disponível. Também posso avançar o resultado: logro. Não faz mal, ontem comprei o DVD.
Tudo isto à volta de um artista que apesar da idade mantém muito da sua expressividade, assim como duas características muito pouco eclécticas, a personalidade e o trabalho. Mesmo assim não as deixo de admirar.
Depois … bem depois … foi o choque climático. O ar estava irrespirável e a mochila pesadíssima, tudo novo, tudo me parecia estranho.
O taxista não resistiu e perguntou:
- O que achas disto?
- O parque automóvel é bem pior do que o do meu país, as infra-estruturas são bem piores do que as do meu país, mas tal qual o povo do meu país este finalmente parece-me ter uma identidade. Mas é muito cedo para tentar tirar qualquer conclusão.

Este foi o 24º dia do mês de Julho de 2005 «Año de la Alternativa Bolivariana para las Américas».

sexta-feira, agosto 26, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA – VIII

Until the End of the World

A partir de hoje vou escrever pequenas notas e mostrar algumas imagens do meu dia a dia em Cuba [e não só]. Não passam de pequenas descobertas de um” mundo novo”, mas com uma língua muito semelhante à nossa, e ainda bem! Poupa-nos de muitos “trabalhos”.
Estas notas foram tiradas num pequeno caderno comprado por lá, e as imagens tiradas com uma pequena máquina comprada por cá.
Das imagens espero sempre muito mas , recebo sempre pouco. Tive imensos momentos fotográficos, que muitas vezes não passavam estórias contadas com tremenda expressividade. Por isso exclamei muitas vezes:
- Mas porque é que não tenho a máquina?
- Mas porque é que não fui capaz de tirar esta fotografia?
A minha ambição durante estes 27 dias era ter um aparelho igual ao objecto central do filme de Wim Wenders, Until the End of the World. Máquina fabulosa, num filme fabuloso, com uma banda sonora fabulosa. A banda sonora tem o mesmo título, trabalho dos U2, e recheada com outros belíssimos músicos, Nick Cave & the Bad Seeds, Lou Reed, REM, Peter Gabriel…
Fiz esta associação enquanto caminhava pela última vez pelo “Prado” de Havana com uma companheira de viagem compatriota e conterrânea de Wenders.
«[…] - Usted hay visto la película de Wim Wenders “Until The End of The World” ? […]»

domingo, agosto 14, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA - VII

Estive a ler o post do Helder e o comentário do Hugo Silva [Alma Nómada] que tem interpretações um tanto ou quanto enganosas, existe falta de rigor, talvez por eu ainda não ter passado toda a informação.
Efectivamente existem carências no povo cubano, mas o seu governo é o primeiro a admitir. La Habana Vieja, e o Centro Habana estão efectivamente em ruínas, mas está aberta a qualquer cidadão internacional. Ninguém o esconde. Conhecer o período especial pelo qual o país ainda passa é essencial, para conhecer as causas dessas mesmas ruínas infraestruturais * mais tarde explicarei.

Hugo, julgo que a tua experiência em cuba foi curta, por isso não deve ter dado tempo para que viajasses nos autocarros cubanos, com centavos de peso cubano, e no caso de não teres dinheiro, viajares gratuitamente nesses mesmos autocarros.
Também é possível alimentares te com esse mesmo dinheiro, imagina. Nunca esquecer que existem estigmas da parte do mundo socialista, mas também os há no mundo capitalista. E são muitos. Esta sociedade tem muito que se aproveite.

Vim confirmar alguma informação que passa nos nossos órgãos de comunicação social, mas muita, mas mesmo muita não é verdadeira.

Para que saibam estive em La Habana, Mantanzas, Santa Clara, Trinidad, e Agora Santiago de Cuba. Domingo, parto para La Habana, pelas 18.20, de comboio e só lá chegarei na segunda-feira pelas 15.00. Um castigo, mas uma experiência.

Abraço a todos, Carlos.

quarta-feira, agosto 03, 2005

THE AMERICAN DREAM - CUBA - VI

Hoje é o décimo primeiro dia que cá estou, e ainda nao encontrei nenhuma personagem "Orwelliana" refiro-me à obra 1984. Já recolhi alguma informaçao sobre o país, diversas opinioes, e até onde sei está tudo bem com essas pessoas de que falo.
Tenho muito para contar, mas nao posso. Nao que haja algum tipo de restricçao de controlo de estado, mas nao. É mesmo falta de tempo.
Ao meu caro amigo Laranjada Ovarense, devo-lhe dizer que CUBA tornou-se num país decente desde que a revoluçao venceu, por isso volte quando quiser, porque desde entao este povo tem uma identidade.
Abraco especial a familiares e amigos,e outro a todos que lêem este blogue.