«O Cruzes Canhoto acaba … » diz o J.
«… ó puta deita-te!» replico.
Depois de momentos de algum frisson o J anuncia em definitivo que o Cruzes acabou mesmo … ó puta deita-te!
Gostava de contra-argumentar, MAS NÃO SOU CAPAZ. Contudo, posso escrever que o cruzes acabou tal e qual como começou e se manteve, com excelente capacidade de impugnar com argumentos. Ora vejamos:
«… a democracia é cara, que provoca instabilidade, que não se deve ouvir os portugueses por tudo e por nada pois não é assim que deve funcionar a democracia.»
«… uma pequena oligarquia endinheirada para saber o que é bom para o país, que basta uma única pessoa para tomar as decisões certas e para vigiar as consequências dessas decisões.»
«… a democracia ideal é aquela em que os partidos são o mais parecidos possível uns com os outros de modo a não levantarem ondas nem perturbarem a oligarquia capitalista que nos governa.»
«… Eu fui mais uma, de numerosas pessoas, que proclamaram a firme intenção de emigrar no dia em que Pedro Santana Lopes chegasse ao poder. Esta posição foi inclusive alvo de piadas no DN e no Avis. Pedro Santana Lopes acabou por chegar ao poder e eu não tenho vida que me permita emigrar - mesmo que não faltasse vontade de passar uma temporada do lado de lá da fronteira. Estou, portanto, em falta comigo próprio e não tenho estofo de político profissional para andar a mandar bitaites inconsequentes. Então, se não emigro fisicamente, emigro ciberneticamente - afinal a Internet serva para irmos onde fisicamente não poderíamos. Isso e para fazer download de pornografia.»
«… o Cruzes Canhoto tentou ser um blogue guerrilheiro, polemicista, inconformado, irreverente e de causas, que não hesitou em recorrer a argumentos populistas para as defender, ao contrário do Santana Lopes que tem argumentos populistas sem ter causas. Enfim, um blogue romântico, se me tolerarem a pretensão, para o qual a melhor morte que pode haver é esta: subitamente apunhalado pelas costas.»
Por isto eu gosto do Cruzes, faz-me acreditar que ainda existem D. Quixotes que não combatem moinhos ilusórios, mas D. Juans previsivelmente incongruentes, inconsequentes, ilógicos, desconexos, disparatados, superficiais, frívolos, ou fúteis. Mas não só.
« O Cruzes Canhoto acaba, com pena minha também, mas eu não acabo. A blogosfera é um ecossistema demasiado vertiginoso, demasiado dinâmico, enfim, demasiado vivo para ser assim abandonado. De certeza que voltarei mais cedo do que esperam.»
Por estes motivos e muitos outros, a ala canhota fica mais pobre. Todavia, resta-me desejar um rápido regresso ao J, e um paraíso carregadinho de virgens ao Cruzes (e um prémio para quem leu o post até ao final):
(1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11).
P.S.: Duvido da sua pureza, mas são seguramente a terra da felicidade. Mas afinal quem é que quer virgens!?
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