sexta-feira, abril 23, 2004

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA

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Esta troca de posts com Manuel lembrar-me uma célebre entrevista que a actual Pivot da TVI fez ao ícone do futebol português de há uns 10, 15 anos atrás, a propósito da sua contratação pelo SLB.

- Paulo Futre, quanto vai ganhar?
- Manuela e tu, quanto ganhas?
- Cof, cof, 300, cof, cof, Mil, cof, cof, Escudos mensais.

Isto é, em ambas as situações fazem-se perguntas indiscretas, e o interlocutor que gera o diálogo engasga-se. O Manuel que se tranquilize porque eu não vou perguntar quanto ganha, e também não queria saber em quem vota, simplesmente indignei-me com tanta indecisão, para além de achar que restavam poucas alternativas há esquerda. Contudo, vou responder à tua pergunta, e cof, cof, as minhas raízes cof,cof, não me permitem, cof, cof, transpor o I para a direita do segundo X cof, cof, ...traduzindo em miudos não consigo passar do sec. XIX para o sec. XXI.
De facto não tenho essa visão de voto útil ou estratégico ou de quem apresentar melhor programa eleitoral. O meu sentido de voto orienta-se pelas linhas mestras de um Partido. Tenho a predisposição para acreditar em partidos em que a sua vertente social parte do dogma e não seja apenas recurso de campanha eleitoral - eu sei que este é um argumento fácil de rebater mas foi por este motivo que atribuí o titulo ao actual post. Não suporto partidos que ostentam nas suas siglas “Sociais Democracias” e “Socialismos” e praticam o politicas perfeitamente Neo-Liberais.
Por isso e meu voto é sensível a questões como: amarfanhar Pacto de Estabilidade com um Pacto de Progresso Social e de Emprego, o qual dá prioridade aos critérios sociais, ao emprego com direitos, ao relançamento dos investimentos públicos, designadamente nas ferrovias, na saúde, ambiente, formação, educação e investigação científica (não estou a fazer propaganda política, garanto). O meu voto também é sensível à tentativa de desmascarar a falsas vitórias no sector da agricultura exaltadas pelo actual governo, e à preocupação da perca de soberania das águas territoriais que dificulta a tarefa da precária frota pesqueira nacional, embora tenha consciência que a exclusividade das 200 milhas não é suficiente para colocar no mercado o peixe a preços competitivos,...pois se os submarinos não pescassem dava cá um jeito do caraças!!!

Só para acabar acho importante sublinhar que o meu sentido de voto não expressa o sentido de voto da malta do Nelsu. Eu bem tento evangelizar mas está difícil.

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