sábado, maio 29, 2004

MASSACRE DE RAFAH

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Enquanto Ariel Sharon encena a retirada da Faixa de Gaza a coberto de um plano apresentado ao governo que lidera, o exército israelita bombardeou uma manifestação pacífica matando pelo menos 24 pessoas.

A política de aniquilação da resistência popular palestiniana perpetrada pelo governo de Israel conheceu, na quarta-feira da semana passada, um dos mais sangrentos episódios.
Depois de nove palestinianos terem sido mortos, de manhã, por atiradores israelitas, em Rafah, o exército bombardeou uma manifestação de palestinianos no bairro de Tel Sultan vitimando 24 pessoas, entre as quais uma dezena de crianças em idade escolar.
Os testemunhos relatam cenas de um autêntico massacre, com centenas de pessoas em fuga acossadas pelas rajadas de metralhadora e pelas bombas lançadas dos helicópteros.
De acordo com fontes hospitalares, os cadáveres resultantes da incursão israelita acumularam-se numa morgue improvisada e nem a capacidade de adaptação dos profissionais conseguiu dar resposta aos inúmeros feridos que chegaram ao hospital de Rafah, localidade depauperada onde habitam cerca de 145 mil pessoas, entre as quais se contam mais de 80 mil refugiados.
Para agravar a situação foram cortados os abastecimentos de água e energia eléctrica e, de acordo com informações divulgadas por organizações humanitárias, as estradas foram bloqueadas e as ambulâncias impedidas de entrar na zona para prestarem assistência aos feridos.
Mesmo depois da chacina, prontamente repudiada pela «comunidade internacional», as tropas de Sharon voltaram a entrar no campo de refugiados, na noite de quarta-feira, numa operação apoiada por carros blindados e aeronaves, saldando-se em pelo menos mais três vítimas mortais, cenário que teve repetições nos dias seguintes.
Só na segunda-feira os militares deram por concluídas as acções de intimidação em larga escala no campo de refugiados de Rafah deixando para trás um balanço de 41 mortos entre os palestinianos, mas as autoridades de Israel vão avisando que este não será o último capítulo de uma história que, desde o início da segunda intifada, em Setembro de 2000, já assassinou mais de três mil civis palestinianos.


Pelo meu amigo JA.

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