sábado, maio 29, 2004

ONU CONDENA, EUA NÃO

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Logo após o massacre no bairro de Tel Sutan, o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas aprovou, com 14 votos favoráveis e uma abstenção, uma moção a condenar o bombardeamento israelita e a demolição de habitações na Faixa de Gaza, junto da fronteira com o Egipto.
Posição semelhante assumiram a UE, a Liga dos Países Árabes, o Secretário-Geral da ONU e diversas agências ligadas às Nações Unidas, como o Alto Comissariado para os Direitos Humanos e a UNICEF.
Da parte da administração norte-americana a condenação foi, mais do que tímida, reveladora do compromisso com Sharon e os sectores mais reaccionários da direita israelita.
Em comunicado oficial, o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, considerou que «Israel tem o direito de se defender», embora tenha lamentado «as operações conduzidas nos últimos dias em Gaza».
Como se tal não bastasse, a abstenção dos EUA no CS foi entendida como uma fuga ao repúdio internacional contra Israel, facto ao qual se juntaram as declarações de Bush a respeito da matéria.
O presidente dos EUA não se demonstrou muito afectado pelas imagens do massacre e afirmou-se mesmo «fortemente comprometido a favor da segurança de Israel».
Ainda assim, um responsável israelita, que foi citado por agências internacionais com reserva de anonimato, declarou-se desiludido com a posição norte-americana e chegou mesmo a classificar a abstenção no CS como uma hipocrisia pois, segundo disse, os EUA conhecem melhor que ninguém a «luta contra o terrorismo» e ninguém apresentou nenhuma resolução quando as cadeias de televisão árabes divulgaram imagens de um bombardeamento a uma festa de casamento no Iraque, donde resultaram igualmente 40 mortos.


Pelo meu amigo JA.

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